quarta-feira, junho 25, 2008

Frase do dia

"Então os meus amigos querem chumbar uma aluna que tem 3 positivas? Vejam lá bem, ponderem...."

Presidente de um Conselho Executivo numa reunião de avaliação

terça-feira, junho 24, 2008

O que o homem com O grande não pode fazer

1 - Pedir meias doses. Se se chama dose, é porque está calculado: é uma dose. Um homem, uma dose. Quem pede meia dose é meio homem. Cozido à portuguesa: é comida de homem. Meia dose de cozido... é mariquice. O pior é pedir meia dose de qualquer comida terminada em "inho" ou "inhos": meia dose de bifinhos, meia dose de lulinhas... Comidas que são de homem, para além do cozido: feijoada, mão de vaca, coelho à caçador e todas as partes do porco. Tudo o que tiver porco é de homem.

2 - Chegar aos trinta anos e não ter barriga. É panasca !

3 - Comer Cornetos e outras tretas dessas. As únicas coisas que um homem pode chupar são patas de sapateira, percebes, cabeças de pescada e charutos.

4 - Ter gatos. Um gato não passa dum cão abichanado - Tem guizo; Toma banho com a própria língua, come peixinho e nunca se embebeda. Ou seja, um homem que tenha um gato em casa está no fundo a viver uma intensa relação homossexual. O dono dum cão chama-o com dignidade masculina: "Savimbi, anda cá meu sacana!" E assobia: "Aqui já !" O dono dum gato chama-o "Bsss-bsss-bsss-bsss-bsss, bichaninho". Ridículo!

5 - Não ir à caça porque não há sítio para fazer as necessidades. Um homem fá-lo quando e onde lhe apetece. Quem nunca experimentou atingir um javali a zagalote com as calças em baixo não sabe o que é ser homem. O que as mulheres não sabem é que a caça é apenas uma grande desculpa para o homem poder ir para o mato mijar para marcar território.

6 - Ver o correio todos os dias... É mariquice! Um gajo chega a casa depois de oito horas de trabalho e três de copofonia, cansado e meio grosso, cheio de fome e qual é a primeira coisa que faz? Um homem só abre o correio quando lhe cortarem a água, a luz ou o gás. E que homem é que consegue pegar numa chave do correio...? Aquilo é feito para dedos de gaja.

7- Pedir garotos... É de homossexual!!! Ou bicas escaldadas, ou bicas cheias, ou duplas, ou cariocas, ou italianas ou abatanados... Café é café. A única coisa que se pode acrescentar a um café é um bagaço ou um uísque. Mas o pior de tudo são os descafeinados: "Ai, menino, tire-me a cafeína do meu café". É mariquice!

8 -Deixar que uma gaja nos esprema as borbulhas... É totalmente maricas! As borbulhas de um homem não são para espremer. Um homem é uma máquina auto-suficiente em termos de saúde e higiene. Os homens só vão ao médico e tomam banho porque senão as gajas não se deitam.

9 -Saber o nome de mais de quatro bolos de pastelaria ... Um homem que é homem só sabe o nome da bola de Berlim, do bolo de arroz, do croquete e do rissol. E mesmo assim só para poder pedir uma sandes de torresmo com rissol. Ver um... "homem"... entrar numa pastelaria e dizer: "Olhe, se faz favor, embrulhe-me aí dois garibaldis, uma pirâmide, um éclaire..." Com plantéis de 24 jogadores e 18 equipas na primeira liga, quem é que ainda tem espaço na memória para decorar nomes de bolos?

10 -Pescar à linha... É maricas! Uma coisa é sair para o mar alto às duas da manhã com doze mânfios perdidos de bêbedos para deitar redes e cargas ao mar numa traineira chamada "Barba de Goraz".. . Outra é ir aos domingos para a Torre de Belém de carro com uma caninha, umas minhocas, um tupperware para guardar os peixinhos e um lanchezinho para meio da tarde. O bom da pesca é irem quinze gajos para alto mar e não se saber quantos é que vão voltar.

11- Alimentar o cão com latinhas de comida para cão... É mariquice! A comida para cão é uma invenção das multinacionais para enganar bichos e rabichos. Não há cá comida para cão. Os cães comem o que cai no chão ou o que desenterram. É que depois de comerem aquelas mixórdias, começam a ficar esquisitos. Deixam de beber água do esgoto, já não tocam em nada que esteja podre, e começam a deixar os gatos a meio.

12 -Ir à Feira do Livro. É ma-ri-qui-ce! Para quê gastar trinta ou quarenta contos em livros quando se pode ir à Ovibeja e trazer uma ovelha para casa? Ir a uma feira de homens é acordar bêbedo às sete e meia da manhã, calçar umas galochas, pôr uma broa debaixo do braço e ir à Feira da Cebola ou à Fatacil. Ou, aos sábados de manhã, ir na carrinha para a Feira de Recauchutados e Rações nas traseiras da Siderurgia Nacional. Feira de homens pressupõe porrada, coiratos, chouriços, botas caneleiras e bonés. Não é cá livros do dia e gajos amaricados magrinhos de óculos e sessões de autógrafos.

13 -Conduzir com as duas mãos no volante. É maricas! Então se os "cóbois" conseguem laçar um bisonte só com uma mão, porque é que um homem há-de precisar das duas para agarrar o volante? O último sítio onde um homem precisa de ter as duas mãos é no volante. O volante só serve para duas coisas: ultrapassar ou buzinar. De resto, a mão direita é para andar livre, para a poder meter na tranca da gaja que vai ao lado, sintonizar a rádio no relato de futebol, agarrar na cervejola, falar ao telemóvel e dar calduços nos putos.

14 -Passear cães com trela. Os cães é para andarem soltos. Passear um cão é uma actividade de risco. O giro é não saber nunca se o cão vai voltar a casa, esfacelar a perna de um bófia, atirar velhas ao chão ou ser atropelado por um combóio. Trelas é para miúdos e não há mais conversa.

15 -Gostar de Fado de Coimbra. ... da-se...!!!! O fado é para ser cantado em tascas por gabirus com gajas por conta, que só conhecem sete letras do abecedário e que julgam que tremoço é marisco. E o fado não é cá para falar de amores de estudante. O fado é para contar histórias com porradaria, campinos, naifadas, marinheiros, gajas, sarjetas e vinho tinto.

16 -Combinar encontros com homens à porta de cafés, cinemas ou centros comerciais. "Ai filho, vem ter comigo à porta da pastelaria "Mirita"?! Eu não me encontro com um homem à porta de sítio nenhum. Homem que é homem marca encontros é na estrada para Alcochete, no quilómetro dezasseis ao pé do cão morto. Mais nada!

17 -Dormir com o cãozinho aos pés da cama. Um cão é para ficar no quintal ou fechado na marquise a ladrar a noite inteira para moer a cabeça aos vizinhos. Os únicos mimos que um homem dá a um cão são estaladões ou ossos gamados no talho. Brincar com o cão é soltá-lo no pombal do vizinho.

18 -Usar calçadeira. A calçadeira é a vaselina dos pés! Se um homem tem problemas em enfiar um pé num sapato à força, é claramente panasca. Os sapatos foram feitos para cheirar mal e andar com 120 quilos em cima a arrastarem-se pela calçada em cima do que acabámos de vomitar.

19 -Comer em restaurantes chineses COM PAUZINHOS!!! Um homem a agarrar em pauzinhos??? A única coisa delicada que um homem é capaz de segurar nas mãos é uma chave de rodas nbvc, e é para a torcer. Nunca ninguém viu um estivador, um tractorista, um calceteiro, ou um gajo dos altos-fornos a comer com pauzinhos!

20 -Usar shampoo e amaciador para o cabelo. Um homem que se preocupa em ficar bonito tem de ser rabicho. "Ai, mas é bom porque o cabelo fica mais fofinho..."?! Um homem que é homem não quer ter nada no corpo que seja fofinho.

21 -Ter uma carrinha familiar. Ter uma carrinha é um anúncio público de que se é casado e de que se tem filhos. Ora, o único homem que pode querer que isso se saiba é o larilas, para despistar os polícias no parque Eduardo VII.

22 -Usar cigarreira ou uma boquilha... "Ai não, é mais higiénico porque os maços apanham humidade e podem contaminar os cigarros com bactérias. Ai, não, assim assimilo menos nicotina" Bactérias?! Nicotina??!! Um gajo anda a descarregar quilos de alcatrão para dentro dos pulmões há vinte ou trinta anos e está preocupado com uma bicharada que só se vê ao microscópio?

23 -Pedir descontos... Ai, não me faz uma atençãozinha?" Mas isto é conversa de homem???

24 -Não ser emigrante e falar francês. O francês é a língua oficial dos rotos e a mais apasnacada do mundo. Nem uma avó balhelhas a falar com um recém-nascido usa tantos "nhô nhôs" como um francês.

25 -Estar mais de seis minutos e meio na Internet sem ver gajas nuas. E não há cá desculpas de que é a pagar e não sei quê, e que não quero dar o número do cartão de crédito ...

sábado, junho 21, 2008

A verdadeira imagem!



Acabados. As nossas tv's têm um filtro que não nos permitem ver as verdadeiras imagens!
Pois é, consegui tirar esse filtro da minha tv, e a verdadeira imagem é ESTA!!!

O Artista!!!

Nem só de fenómenos esotéricos vive a Gardunha e seus arredores. Desde há uns anos a esta parte, outro fenómeno tem feito furor na cena musical com as suas letras bairristas e irreverentes, cantando com uma alma que lhe granjeou o epíteto de "Bob Dylan português".

Acumulando funções de presidente da direcção da C.L.I.T.O. (Confederação Lusitana de Interesses e Tradições de Origem), Jerónimo ponderou recentemente candidatar-se à Presidência acabando por não o fazer devido a obstáculos inultrapassáveis. Do rol das suas promessas faziam parte a convicção de "declarar a independência da Lusitânia da Serra da Estrela até Mérida no seu todo monocontinental e indivisível" pretendendo ainda dotar a Beira Baixa de "um braço de mar" e terminando com a firme promessa de "largar uma bomba atómica em Lisboa".

De volta ao artista, Jerónimo e os Cro-Magnon (o grupo que o acompanha sempre, recheado de artistas notáveis) foram estrelas de uma actuação notável a todos os títulos no último Festival Rock In Vale (d'Urso) em Agosto último. Durante 2h uma plateia entusiasta que vibrou intensamente foi brindada com sucessos inesquecíveis como "Dias de chuva com granito calibre #3 e #5", "Tasca da Estação", "Balada do Trolha", "Apanhar o grelo" e "Auto-route de Burgos".

É aliás com a letra de "Auto-route de Burgos", uma música que homenageia o emigrante que há em cada um de nós, que termino este post prestando aqui uma justa homenagem a Jerónimo o artista com a Beira Baixa na alma e a alma na voz e o coração na voz da alma.

AUTO-ROUTE DE BURGOS

Auto-route, auto-route
Auto-route, auto-route

Vinha eu na auto-route,
Vinha eu e ma famile.
Vinha eu tout tranquile
No meu nouveau automobile
Que me custou 50 mil balas
Lá no meu apartement.

Auto-route, auto-route
Auto-route, auto-route

Bem, la vinha eu na auto-route de Burgos
Quatre-vingt dix noventa auto-route a fora toute la vitesse.
Vinha eu, um algeriano, um marrocano e cinco arábes
Quando de repente à côté d'auto-route havia uma casa tipo maison
Com fenêtres p'rá frente, janelas p'ra trás
E um placard à côté que dizia "restaurant".

Entrei no restaurant
Disse "Garçon, uma bièrre p'ra moi,
Outra bièrre p'ró outro moi
Que está à côté de moi".
E outro moi disse "Garçon,
Outra bièrre p'ró outro moi à côté de moi".
E o outro moi disse "Oh, se tu veux,
Eu também veux".

Auto-route, auto-route
Auto-route, auto-route

Bem, saímos do restaurant complétement îvre.
Prendi a auto-route quatre-vingt dix noventa, auto-route a fora toute la vitesse,
Quando de repente um auto-bus, moitié dentro, moitié fora da auto-route...
Oh que grande accident...

Parti uma jambe
Fui parar à l'hopital
Foi então que chegou o médecin
Disse "Monsieur, só tem uma solution,
Ou vai p'ró chômage,
Ou vai p'rá retraite,
Ou então vai lá p'ró vale
Das batatas no seu Portugal".

Auto-route, auto-route
Auto-route, auto-route

Bem, lá fui eu p'ró vale das batatas no meu Portugal
Prendi uma semaine de vacances e fui até à la plage.
Lá estava eu au bord de la mer, avec ma mére, quando a minha mére disse:
"Oh Michel, Michel! Rien, rien!" E eu comecei a rienar.
Lá estava eu no meio de la plage a rienar tout-a-fait
Quando de repente me começou a faltar o air conditioned
E eu estava a ir au fond...
E a minha mére da outra côté de la plage gritava
"Oh Michel, Michel! Qu'est-ce que se passe?"
E eu disse "Oh, non se passe nage, non se passe nage. Só estou a rienar".

Auto-route, auto-route
Auto-route, auto-route

in Blog do Katano

Jerónimo & Cro-Magnon têm no seu site as músicas, vale a pena ouvir! Principalmente a Balada do Trolha que só me faz lembrar o Raboca-Quintais. Para ouvir clica AQUI

sexta-feira, junho 20, 2008

De olhos bem fechados....

ASAE - Sr. Scolari, há quanto tempo tem aqui este frango?

Mais dia, menos dia, o Ricardo é apreendido pela ASAE


quinta-feira, junho 05, 2008

Bocage

E na continuação da rubrica iniciada anteriormente vou colocar hoje no nosso glorioso blogue dois poemas de Bocage que por sim só são um tributo à libertinagem de que Bocage era adepto fervoroso, sendo também esses poemas uma critica mordaz às pudicidades hipócritas da altura.

[SONETO DA DONZELA ANSIOSA]

Arreitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:

De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados:

Como é inda boçal, perde os sentidos:
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

[SONETO DO PREGADOR PECADOR]

Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:

No púlpito um domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas [qu'rendo]
Um pecador dos mais desaforados:

"Não (diz uma) tu, padre, não me engodas:
Sempre me há de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas!"

quarta-feira, junho 04, 2008

Eça de Queirós

Os POLITICOS e as FRALDAS devem de ser mudados frequentemente e pela
mesma razão

Metam mais tabaco

Titulo da Noticia: "Droga/Escolas: Violência e abandono podem estar relacionados com "charros" mais fortes - Manuel Pinto Coelho"

Apelo a todos os alunos deste país para meterem mais tabaco nas ganzas, porque senão é o descalabro total.

Ah e atenção, nada de tri-turbinis!!!

Só com dois pintores de ganza e um cigarrinho inteiro, já vão bem! É preciso racionalizar.

Toda a noticia AQUI in Agência Lusa

segunda-feira, junho 02, 2008

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Pois é meus amigos, Portugal é sem duvida uma grande máquina de produzir Acabados, muitos deles até já perderam a categoria porque Acabado como alguém disse e muito bem não é qualquer um que se pode gabar de estar. Como é possível? Perguntam vocês, como é que um país tão pequeno pode ter esta inclinação para a acabadice? É fácil, se nós formos olhar bem para a nossa história vamos encontrar ao longo dos quase 900 anos que Portugal tem uma lista infindável de grandes Acabados, alguns deles nem tinham essa percepção porque se calhar ainda não havia o termo no sentido mais acabado da palavra, e como é lógico nós somos o que os nossos antepassados nos deixaram e ensinaram. Nesse grandioso e vastíssimo legado está uma personagem que sempre me despertou bastante curiosidade, não só pela maravilhosa maneira de como viveu como Acabado mas também pelo orgulho que ele tinha em se afirmar como tal, bem patente nos seus magníficos poemas, essa personagem é, o grande, Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, por isso decidi hoje começar uma rubrica dedicada a Bocage aqui no nosso esplendoroso blogue com o objectivo de levar a todos os Acabados um pouco do seu génio e grandiosa sabedoria, como devem calcular ou já ouvido falar a escrita de Bocage é muito carregada em baixo calão não deixando por isso de ser bela e bastante verdadeira podendo até por vezes ser aplicada aos dias que correm, não quero por isso ferir susceptibilidades, afinal de contas o calão mesmo sendo baixo faz parte do vocabulário da nossa língua que ficaria bastante mais pobre se essas palavras não existissem, calão esse que até está a ser cada vez mais utilizado em programas televisivos em horário nobre, Big Brother por exemplo, onde toda a gente utilizava o calão da chamada categoria mais baixa e que famílias inteiras se divertiam à grande e aprendiam principalmente os mais pequenos a pronunciar correctamente o calão. Hoje vou-vos deixar dois poemas que me agradam particularmente pela forma como Bocage fala dele própio. Um grande bem-haja a toda a comunidade acabada.

[SONETO DO EPITÁFIO]

Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:

Não quero funeral comunidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

[AUTO-RETRATO]

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas, e frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia, em que se achou cagando ao vento.